Tal como aconteceu nos últimos anos, o regresso às aulas voltará a ser marcado pela escassez de professores em muitas escolas, especialmente na área metropolitana de Lisboa, mas também em estabelecimentos de ensino no Alentejo e Algarve.
O início do ano letivo está previsto para segunda-feira, mas em 60% das escolas, os portões se abrem hoje para receber os alunos e em outros 20% o retorno oficial às aulas ocorrerá na sexta-feira.
“Durante os dois primeiros dias, 80% das escolas estarão abertas e gostaria de agradecer aos diretores pelos esforços para garantir que, como tínhamos desafiado, as aulas pudessem começar nos primeiros dias”, disse à Lusa o ministro da Educação, Ciência e Inovação.
Apesar desse esforço, o mesmo problema que assolou o retorno às aulas nos últimos anos está se repetindo.
No início da semana, os resultados da segunda reserva de recrutamento deixaram 1.091 horários por preencher, além dos horários disponibilizados diariamente por meio do recrutamento escolar, o último recurso disponível para recrutamento de professores.
A situação, admite Fernando Alexandre, pode piorar nos próximos dias, com a necessidade de substituir os professores que estão de licença médica.
As disciplinas com maior carência são Ciência da Computação, com 86 horários a serem preenchidos, Português (65 horários), Matemática (63 horários), Física e Química (53 horários) e História e Geografia (98 horários).
Na tentativa de reduzir o número de alunos sem aulas, o Governo apresentou neste verão o plano “+ Aulas, + Sucesso”, com um conjunto de medidas que vão desde a possibilidade de contratar professores aposentados com pagamento extra ou convocar bolsistas de doutorado para lecionar.
Além desse plano, o governo aprovou o apoio de viagem para professores colocados em escolas onde é difícil contratar e também projetou um novo concurso extraordinário, que colocará esses professores no primeiro período de professores.
Depois de décadas em que o número de estudantes vinha diminuindo, o ano letivo de 2021/2022 marca uma virada nessa tendência graças à chegada de estudantes imigrantes, que atualmente representam quase 14% do número total de estudantes, revelou esta semana o ministro da Educação.
O ministro reconhece que este é um “desafio” para as escolas, já que cerca de um terço das crianças e jovens não falam português, mas já existe um programa aprovado esta semana pelo Conselho de Ministros para permitir que os professores integrem esses alunos.