Estar infetado pelo HIV não significa que a pessoa também terá SIDA, a síndrome da imunodeficiência adquirida. A SIDA surge após a deficiência do sistema imunológico, sendo assim um estágio avançado da infeção pelo HIV.

HIV em Portugal

Foi em 1981 que Portugal registou o primeiro caso de uma doença desconhecida, muitas vezes dada apenas como cancro raro ou pneumonia forte, mais tarde descobriu-se que era um vírus novo, vindo de África. Por muitos anos, a doença foi associada simplesmente a homens homossexuais, onde o vírus teria maior incidência, resultando em casos extremos de homofobia, em todo o mundo.

Números decrescentes

O relatório sobre infeções por HIV publicado pelo Serviço Nacional de Saúde e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, com informação até 2019, mostra uma diminuição do número de infeções por HIV registadas em Portugal.

Em 2019, foram registados 778 novos casos de VIH em Portugal, mantendo o país acima da média europeia. Ao todo, são mais de 61.000 casos de HIV em Portugal, dos quais mais de 20.000 estão na fase de SIDA. Atualmente, a causa mais frequente de morte em pacientes com SIDA e HIV é a pneumonia, e em média os pacientes têm 57 anos.

A zona com maior número de casos é a Área Metropolitana de Lisboa, com 52 por cento dos casos e o menor número de casos é registado no Alentejo, com 26 casos positivos para o VIH em 2019. Entre os concelhos com maior taxa de diagnóstico de infeção Portimão, Aveiro, Lagos, Porto e Sintra, entre outros como Albufeira e Odivelas, segundo informação publicada no relatório publicado e disponibilizado online no site do SNS24.

Os casos registam-se sobretudo em homens, mas na década de 1990 o pico máximo de infeções que Portugal registou foi através da infeção através do consumo de drogas com material partilhado. Mais de 3.000 casos foram registados em 1999, sendo o ano com os mais novos casos de HIV registados em Portugal. Em 2019, a principal causa é o contato sexual desprotegido, pois a infeção causada por material compartilhado para consumo de drogas é quase inexistente. 2019 também foi o primeiro ano desde 2009 que uma mulher grávida não transmitiu de forma alguma o HIV para seu filho.

Prevenção do HIV em Portugal

Ao contrário do que se pensava, as infeções por HIV são maiores em homens heterossexuais, no entanto, os valores de nocas infeções estão cada vez mais baixos, em parte devido às medidas preventivas oferecidas pelo governo português.

Em 2019, cerca de cinco milhões de preservativos, masculinos e femininos, foram distribuídos gratuitamente em unidades de saúde de todo o país. Um aumento de 16 por cento em relação aos anos anteriores.

Em parte, o número de infeções por seringas compartilhadas para uso de drogas também foi reduzido pela disponibilidade de seringas estéreis nas farmácias e salas onde os dependentes químicos podem consumir em ambiente seguro e assistido, com material limpo e seguro disponível.

Educação

A educação sexual nas escolas também é um fator importante na educação dos jovens sobre os perigos da doença e como eles podem reduzir o risco da doença altamente contagiosa. As farmácias também disponibilizam autotestes para as pessoas fazerem em casa, assim como em consulta com o médico de família, análises gratuitas podem ser realizadas pelo Estado Português em laboratórios de análise.

O primeiro caso de HIV em Portugal com maior cobertura mediática foi o do cantor António Variações, estima-se que tenha sido o primeiro caso em Portugal, e o cantor tenha sido a primeira morte conhecida de HIV em Portugal, em 1984. Hoje, o foco está na prevenção e no tratamento rápido para evitar que a doença progrida, com Portugal a caminhar para um cenário positivo em relação ao HIV.


Author

Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos