Numa comparação entre as notas dos exames entre os alunos beneficiários dos dois escalões de Apoio Social Escolar (ASE) e os não beneficiários, confirma-se que os estudantes mais carenciados têm mais dificuldades na escola, uma tendência que já se vem a registar há vários anos.

Estes dados são oriundos do relatório anual “Exames Nacionais: Principais Indicadores”, realizado Direção-Geral de Estatística de Educação e Ciência (DGEEC), que analisou as classificações dos alunos dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário.

Matemática A, Filosofia e Físico-Química A

Os alunos que não beneficiam de apoios sociais escolares têm alcançado “resultados sempre mais elevados, com diferenças superiores a um valor nas disciplinas de Matemática A, Filosofia e Física e Química A”.

Enquanto a média dos alunos não beneficiários foi de 11,1 valores nos exames de a Matemática A realizados no ano passado, a média dos alunos com escalão A foi de 9,8 valores.

A Filosofia, a diferença foi entre 11 valores, para os alunos com escalão A de ASE, e 12,4 valores para os estudantes sem escalão e a Física e Química A a diferença foi entre 8,6 valores e 9,9 valores.

No entanto, existem disciplinas em que a condição socioeconómica não afetou de forma predominante as avaliações. É o caso de História A em que a diferença foi de apenas menos 0,3 valores, ou Português, em que a média dos alunos de escalão A foi 0,5 valores inferiores às dos outros estudantes.

Boas notícias

Por outro lado, o ministro da Educação, João Costa, salientou que são cada vez menos os alunos de famílias carenciadas que chumbam ou desistem de estudar, ficando cada vez mais próximos das percentagens gerais de alunos que conseguem terminar um ciclo de estudos no tempo esperado.

Esta evolução positiva não foi afetada pela pandemia, segundo um outro relatório da DGEEC que acompanhou os alunos entre 2017 e 2020.

Raparigas com melhores notas

O relatório revela ainda variações dos resultados dos exames nacionais por género. Neste sentido, as raparigas obtiveram classificações superiores a disciplinas como Biologia e Geologia, Matemática A, Física e Química A, Filosofia, Português, Economia A e Matemática Aplicada às Ciências Sociais. Por outro lado, os rapazes tiveram, em média, melhores resultados a Geografia A.

Geograficamente falando...

Em termos territoriais, as notas mais baixas foram obtidas nos distritos do interior do país, nomeadamente em Portalegre, Beja e Bragança. Pelo contrário, Viana do Castelo, Guarda e Porto destacaram-se pela positiva.

As provas realizadas no estrangeiro, nomeadamente nas escolas portuguesas em diferentes países, voltam também a destacar-se pela negativa, à exceção das disciplinas de Desenho A e Geometria Descritiva A.