O ano de 2022 tem vindo a ser caracterizado como “um ano atípico” devido ao elevado número de fogos ocorridos em janeiro pois apenas entre 1 de janeiro e 29 de maio foram registadas 3.654 ocorrências de incêndio florestal, mais 1000 do que em 2021.

“Estas mais de 1000 ocorrências foram as ocorrências de janeiro, que se deveram à climatologia muito seca. Este grande número de ocorrências felizmente não teve impacto nem na área ardida, nem nos bens ou nas pessoas, mas foi um ano atípico nesta matéria”, afirmou o diretor do SEPNA.

Na apresentação da campanha “Portugal chama”, uma iniciativa da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), que decorreu no Ministério da Economia e do Mar (Lisboa), o diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, Vítor Caeiro, precisou que estas 39 detenções estão relacionadas com “atos negligentes e não dolosos”, ou seja, devido à realização de queimas e queimadas que se descontrolaram e provocaram incêndios florestais.

Vítor Caeiro sublinhou que por “ser atípico” ocorreram mais detenções do que os outros anos, bem como foram identificadas mais pessoas e registados mais crimes por incêndios florestais. Segundo dados da GNR, foram identificadas 378 pessoas, mais 64 do que no mesmo período de 2021, e registados 1.894 crimes de incêndios florestal, mais 389.

Por sua vez, nos primeiros cinco meses do ano a GNR registou este ano 247 contraordenações por falta de limpeza dos terrenos e por queimas e queimadas, menos 403 do que em 2021.

Aliás, 2022 “apresenta até 29 de maio o quinto valor mais elevado em número de incêndios e o quarto valor mais elevado de área ardida” desde 2012. Sendo que na maior parte dos casos, a negligência, nomeadamente através de queimas e queimadas, foi o principal fator.

De acordo com a GNR, o Porto é o distrito que regista este ano mais ocorrências de incêndios, num total de 659, enquanto Vila Real é aquele com maior área ardida (2.619).

A campanha “Portugal Chama”, que contou com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e com vários empresários, tem como objetivo sensibilizar as empresas para que alertem os seus colaboradores e clientes para a necessidade de evitar comportamentos de risco e contribuir para a redução do número de ignições.

Por outro lado, destaca positivamente o comportamento dos proprietários que este ano têm vindo a cumprir voluntariamente a obrigação de limpar os seus terrenos.