A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), na voz da delegada nos Açores, Andreia Pavão, revelou expectativas muito positivas para a região este ano, citando um inquérito recentemente realizado aos associados a nível nacional e regional.

Segundo Andreia Pavão, os Açores têm vindo a registar um aumento da procura turística, especialmente após a "recuperação de mercados internacionais", com "o regresso dos alemães e dos americanos”, notando-se também “um crescimento do mercado inglês, por via de novas operações de transportadoras aéreas, que iniciaram voos recentemente”.

Os representantes da hotelaria e do alojamento local nos Açores esperam atingir este ano valores de faturação equivalente a 2019.

No entanto, alertam para os impactos da subida da inflação no setor. “Três anos depois, temos uma estrutura de custos muito superior, ao nível da aquisição de matérias-primas e com o funcionamento e serviços externos que estão a ser prestados”.

Segundo a delegada nos Açores da AHP, há “um aumento geral de custos, incluindo o valor da mão-de-obra e os preços da energia”. Além disso, os empresários que recorreram “a apoios de tesouraria devido à covid-19 vão ter de os pagar”, acrescentou.

Por esse motivo, ainda há um caminho longo a percorrer. “É o atingir dos proveitos, mas não necessariamente dos resultados”, destacou Andreia Pavão.

Falta de mão-de-obra

A hotelaria debate-se ainda com dificuldade em reter mão-de-obra, já que "muitos trabalhadores acabam por ficar poucos meses” nos hotéis.

“Não há horários nos transportes públicos para quem trabalha por turnos e aos feridos, sábados e domingos. As pessoas têm de viver perto do seu local de trabalho ou não conseguem ter horários para trabalhar”, disse.

O presidente da Associação de Alojamento Local dos Açores (ALA) disse também à Lusa esperar "uma época alta boa", admitindo que se possa "ultrapassar os 80% de taxa de ocupação".

“Temos a confirmação de que vamos ter uma época alta boa e eventualmente até muito boa”, afirmou Rui Correia à Lusa.

Ainda assim, “será necessário aguardar pelos dados finais”, notou o presidente da ALA.

Rui Correia referiu que um turista que pretenda visitar os Açores durante a época alta, essencialmente nos meses de julho e agosto, “já vai ter alguma dificuldade” para conseguir “alguma unidade de alojamento local nas diversas ilhas”.

"E alguns profissionais que se deslocam à região em trabalho, durante a época alta, já estão a ter uma dificuldade enorme em conseguir um alojamento de média duração”, adiantou.

Nacionalidades

Os portugueses continuam a ser os que mais visitam as ilhas, "tal como em 2021". No entanto, este ano está prevista "uma subida do turista estrangeiro".

“E mesmo verificando-se algum cancelamento de última hora, não demora muito até que se volte a ocupar a data nos nossos calendários”, acrescentou.

Para terminar, Rui Correia referiu que o alojamento local tem vindo a sofrer cancelamentos de última da hora que se devem especialmente à dificuldade no aluguer de viaturas.