“Quando olhamos para os nossos voos previstos e para todos os fatores em jogo vemos que atingimos o pico já, não precisamos de esperar por agosto, porque o nosso pico começou em julho e o mesmo aconteceu a todas as companhias devido às regras das slots, cuja regulamentação e regras tardaram”, disse, no dia 14 de julho, aos jornalistas quando se encontrava em São Paulo a assinalar o aumento de dois para três voos semanais entre Porto e São Paulo.

Também no Brasil, a TAP aumentou ainda para duas vezes por semana os voos para o Rio de Janeiro. Antes deste aumento nas ligações, a TAP tinha 140 voos semanais, a partir do Porto, havendo agora uma clara aposta na ligação da cidade invicta a destinos mais afastados.

De acordo com as previsões da TAP, o “pico” de cancelamentos vai estabilizar até ao inverno, sendo que a TAP garante que está a fazer tudo o que está ao seu alcance em termos de organização e recursos para melhorar a situação que se vive nos aeroportos, nomeadamente no de Lisboa.

No entanto, a TAP refere que esta situação não se verifica apenas em Portugal e que todas as companhias aéreas da Europa estão atualmente a passar por estes “inúmeros” desafios. Aliás, “Lisboa está a recuperar mais depressa do que outros aeroportos que estão a recuperar mais devagar, em duas semanas já vemos melhorias”, disse.

Longa lista de causas

O caos que se vive nos aeroportos é transversal a todas as companhias aéreas e é um problema “complexo” que não tem apenas uma causa, mas uma “longa lista” delas. Desde problemas com o `handling´ (designação inglesa que abrange todos os serviços prestados em terra para apoio às aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio), falta de pessoal e de aviões de reserva e o sistema de navegação no aeroporto de Lisboa cheio, ressalvou Christine Ourmières-Widener.

A CEO acrescenta ainda que o cancelamento de voos não é benéfico para nenhuma das empresas e sublinhou que os prejuízos na TAP serão significativos. De forma a contrariar ao máximo estes problemas, estão a ser feitos “ajustes” no aeroporto de Lisboa para melhorar o serviço prestado, nomeadamente através do aumento no número de funcionários.