A empresa sueco-ucraniana Sigma
Software tem mais de 30 escritórios espalhados por 15 países no mundo e acaba
de inaugurar mais dois escritórios de desenvolvimento de software na Área
Metropolitana de Lisboa, um em Cascais e outro em Lisboa e acredita que
Portugal é um país de eleição para as empresas de TI.
"Lisboa é uma cidade
bonita com um ecossistema tecnológico único e muito desenvolvido. Tem uma
comunidade informática vibrante e muito ativa da qual queremos fazer parte. Em
geral, Portugal é um dos países mais digitalizados da Europa. A maioria das pessoas
fala inglês fluentemente, o país tem um fuso horário muito conveniente e está
próximo dos nossos clientes americanos", disse Volodymyr
Chyrva, Co-Fundador
e Sócio-Gerente da Sigma Software Group,
ao The Portugal News.
Além disso, Volodymyr
Chyrva destacou que uma das
principais razões que trazem Sigma ao país é que "Portugal apoia a Ucrânia
e estamos muito gratos a este país e ao povo português por ajudar os ucranianos
em tempos tão difíceis".
Quanto à opção de abrir escritórios num
sector onde a maioria dos trabalhadores trabalha remotamente, o responsável
explicou que em tempos como os que se vivem, a equipa vê o trabalho no
escritório como uma oportunidade de poderem estar juntos para comunicar e
partilhar ideias num local confortável. Neste momento, “é bastante importante
sentir unidade e camaradagem com os nossos compatriotas, pois isso distrai-nos
um pouco de todos os horrores da guerra".
Apoiar a Ucrânia
"Após a primeira semana da
guerra, os nossos trabalhadores doaram cerca de 340.000 dólares para ajuda
humanitária e militar. Atribuímos computadores portáteis às forças de defesa
territorial e estamos a trabalhar na entrega de vários equipamentos
informáticos do estrangeiro”.
Além disso, “trabalhamos também
em tarefas especiais no âmbito do projeto do Exército TI. Muitos dos nossos
especialistas começaram a prestar assistência a organizações voluntárias.
Alguns dos nossos especialistas juntaram-se ao exército e às forças de defesa
territorial, enquanto outros estão a entregar alimentos e medicamentos por
conta própria em pontos quentes como Kharkiv", disse o sócio-gerente.
Para além de muitas outras
iniciativas, "Sigma Software também está a apostar no projeto Femmegineering,
criado pelo Sigma Group,
e direcioná-lo para mercados tecnológicos europeus emergentes como a Polónia,
Roménia, Bulgária e Portugal. O objetivo é apoiar mulheres refugiadas e
mulheres locais a juntarem-se ao sector tecnológico e a construírem carreiras
de sucesso".
Defesa da Saúde Mental
Apesar de fisicamente seguros
nos seus países de acolhimento, muitos refugiados continuam a precisar de ajuda
especialmente ao nível psicológico. Na verdade, "muitos precisam de ajuda
para lidar com a tensão nervosa e o stress".
"Alguns deixaram entes
queridos em cidades onde ainda estão a ter lugar conflitos. É por isso que
estabelecemos grupos e reuniões internas online onde convidámos especialistas
de topo na matéria para prestar apoio psicológico", afirmou o Co-Fundador
e Sócio-Gerente da Sigma Software Group.
Antecedentes da empresa
Fundada há 20 anos em Kharkiv, na
Ucrânia, com o nome de Eclipse Software Programming,
juntou-se em 2007 à empresa sueca de consultoria TI Sigma.
Como empresa "desde sempre,
o nosso objetivo prende-se com o fornecimento de serviços e consultoria em TI
de primeira linha a empresas e startups
e sempre nos concentrámos em parcerias a longo prazo".
Procura de talento
Esta empresa está a contratar
novas pessoas para integrarem as suas equipas. O setor informático ucraniano
mantém-se estável apesar do abrandamento nas primeiras semanas devido à
movimentação de trabalhadores para territórios mais seguros. "As empresas
de TI orientadas para a exportação têm demonstrado um contínuo crescimento,
apontando para a estabilidade do setor no meio da pior crise".
Por sua vez, este ano estão a
planear contratar até 20 trabalhadores, na sua maioria na área de Java e Python,
engenheiros Big
Data e DevOps. E, apesar de ainda
não existirem portugueses a trabalhar na empresa, o sócio-gerente acredita que
esta realidade poderá mudar em breve.
Paula Martins is a fully qualified journalist, who finds writing a means of self-expression. She studied Journalism and Communication at University of Coimbra and recently Law in the Algarve. Press card: 8252