Nove soluções para atrair trabalhadores para o sector do turismo foram apresentadas pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), no dia 12 de agosto.

Apesar de saudarem as medidas lançadas pelo Governo no próximo mês, a AHRESP, em comunicado, apela para que as empresas do setor do turismo “não fiquem esquecidas e sejam contempladas com as medidas que venham a ser disponibilizadas”.

Nove medidas

Entre as soluções apresentadas, a AHRESP propõe que “o valor da retribuição deverá ter sempre em consideração os ganhos de produtividade, fruto do desempenho individual do trabalhador, mas também do desempenho coletivo ao nível de toda a estrutura empregadora”.

Para além da retribuição, a associação reconheceu como importantes medidas de atração e retenção de trabalhadores a promoção de sistemas de avaliação, práticas de reconhecimento, garantias de progressão na carreira e uma melhor conciliação entre vida profissional e vida familiar.

AHRESP destaca ainda a importância da “criação de um ambiente mais favorável ao funcionamento das empresas, nomeadamente por via da redução de encargos fiscais, em particular aqueles diretamente relacionados com o trabalho”, e “uma melhor e mais adequada gestão da organização do tempo de trabalho”, que “é um fator que gera maior produtividade, o que aumenta a disponibilidade financeira para que as empresas possam proporcionar melhores condições de trabalho”.

Devem também ser promovidas iniciativas e mecanismos que visem dignificar e valorizar através de uma redenominação das categorias profissionais e uma adequação dos seus conteúdos funcionais e assim “adequá-los à realidade atual e às exigências das nossas atividades”.

A qualificação dos trabalhadores também surge na agenda da AHRESP que refere ser é urgente apostar na qualificação dos trabalhadores do turismo, “promovendo-se um sistema de ensino dual, complementando a aprendizagem com a experiência prática”, propondo ainda o desenvolvimento e aplicação de um programa de formação de início de carreira, “de curta duração, para as categorias profissionais mais carentes de mão-de-obra qualificada e que, desta forma, facilitem o acesso à profissão”, devendo estas formações ser promovidos juntos de desempregados e quaisquer outras pessoas que desejam iniciar uma carreira no setor.

Quanto à imigração esta deve e pode ser encarada como fazendo parte da solução, desde que de se garantam “condições dignas, de trabalho e de vida“, sendo que, “para isso, o poder público deverá ainda rever os atuais mecanismos de legalização para trabalhadores por conta de outrem e de reconhecimento de habilitações, que devem ser agilizados”, refere a AHRESP.

A nona e última proposta prende-se com a elaboração de um Livro Verde do Mercado do Trabalho HORECA [Hotéis, Restaurantes e Cafés], “para, de forma clara e precisa, se identificar as atuais carências do mercado, quer em termos de quantidade de recursos humanos, quer em termos da sua qualificação, pois só desta forma é possível preparar as melhores e mais adequadas soluções”.