A Zero diz que as políticas de promoção de energias renováveis “não acautelam de forma séria a utilização da floresta” e que isto tem consequências como para a desflorestação, a biodiversidade e ainda impactos sociais e económicos.

A associação revela ter recebido do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), dois anos após o pedido, informação sobre os planos de ação para 10 anos visando a sustentabilidade do aprovisionamento a prazo, mas sublinha que a informação facultada está incompleta e não permite fazer uma avaliação da tipologia de biomassa que os planos apresentam.

Já quanto à eventual situação de incumprimento legal, a ZERO diz que o ICNF remeteu a responsabilidade para a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Face a esta situação, a ZERO diz temer o descontrolo quanto ao funcionamento das centrais de biomassa, como incumprimento da lei, falta de fiscalização e ao pagamento de energia, fora dos deveres legais.

Apontam igualmente os problemas sociais que resultam da “má localização da Central do Fundão” e dizem que as “intervenções paliativas” de minimização “não solucionaram o problema”, que “continua a afetar os residentes nas proximidades, devido ao ruído, fumo, cinzas e contaminação da água subterrâneas utilizadas na rega”.

A ZERO relembra também que o Parlamento Europeu já demonstrou a necessidade de abandonar a utilização de biomassa primária para a produção de energia e espera que o Governo português dê o seu apoio como membro do Conselho Europeu.

Contudo, face a um cenário que dizem ser de “falta de transparência e opacidade” do mercado, consideram urgente a intervenção do Governo nesta matéria.