"Estamos a investir 10 mil milhões de dólares em Portugal, em Sines, com a Start Campus e a Nscale", disse Brad Smith em entrevista ao jornal Negócios, explicando que este investimento "é maior do que todos os investimentos em centros de dados que a empresa já fez em Espanha".

O presidente da empresa norte-americana diz que a tecnológica está a reforçar a sua aposta em Portugal, com investimentos que estão a fazer do país um vencedor na corrida à instalação de uma gigafábrica de inteligência artificial (IA).

"Estamos a construir na Europa. Curiosamente, um dos maiores investimentos que estamos a fazer este ano na Europa é, de facto, em Portugal", destacou Brad Smith.

Em outubro, a Microsoft e a Nscale anunciaram que seriam os primeiros inquilinos do edifício Start Campus, em Sines, prevendo instalar 12.600 processadores Nvidia de nova geração no Data Center de Sines.

O representante da Microsoft explicou que as empresas já vinham a explorar esta parceria, no sentido de "trabalhar para trazer para Portugal um elevado número de CPUs [nós de computação e unidades centrais de processamento], os mais avançados do mundo".

"Há uma forma de pensar no que estamos a fazer em Portugal. Os países estão a competir na Europa por financiamento público na União Europeia para construir uma gigafábrica e há uma competição intensa. Portugal já ganhou o concurso com a Microsoft porque decidimos que vamos construir esta gigafábrica de IA em Sines", explicou Brad Smith.

O presidente da tecnológica norte-americana destacou o potencial da localização de Sines, sublinhando a vantagem dos cabos submarinos como forma "de a América do Norte estar mais perto da Europa".

O líder da Microsoft reconhece que o investimento em Portugal reflecte "um trabalho imenso, desde a política energética seguida em Portugal, onde a energia é mais barata e o clima é bom", destacando também a conetividade de banda larga do país.

Estas condições fazem de Portugal "um país muito importante e atrativo na Europa para a construção deste tipo de data center e deste tipo de investimento. São boas notícias para Portugal, que está numa posição muito boa para competir, não só pelo que ganhou ao longo do tempo, mas também para investimentos futuros", concluiu Brad Smith.