A Polícia de Segurança Pública divulgou em seu site a lista de candidatos aprovados para o curso de agente da PSP após passarem pelo processo seletivo, incluindo testes de avaliação física, de conhecimento e psicológica, um exame médico e uma entrevista de seleção profissional.
3.392 candidatos se inscreveram para esta competição, que foi aberta no início do ano, o que significa que 2.759 falharam.
Este curso para 800 novos agentes foi anunciado pela ex-ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
O presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, disse à Lusa que estes números demonstram a falta de atratividade da força policial, que “está comprometendo o serviço operacional” e afetando a saída de agentes que já atingiram a idade de pré-reforma.
Para Paulo Santos, os critérios para contratação de novos dirigentes foram alterados, como a idade, mas a resposta “pela falta de atratividade não tem nada a ver com o critério da idade”.
O dirigente sindical considerou que o baixo número de candidatos da PSP está relacionado com a imagem da PSP, como instituição com más condições de trabalho e baixos salários.
“Os salários dos policiais ainda são muito baixos devido à natureza específica da profissão e às demandas do serviço”, disse ele, enfatizando que, nos últimos anos, a PSP não conseguiu preencher as vagas esperadas.
O Sindicato Independente dos Policiais (SIAP) também alertou para a escassez de novos agentes ao serviço da PSP, considerando que os 633 candidatos admitidos estão “significativamente abaixo do número exigido e sintomáticos de um problema muito mais profundo”.
“Alarme”
“Este resultado deve ser lido como um alarme sério sobre como a carreira policial está sendo vista pelos jovens. A falta de atratividade da profissão agora é impossível de ignorar. E o mais sério é que nem mesmo o afrouxamento dos critérios de admissão — uma tentativa desesperada de aumentar o número de candidatos — conseguiu preencher as vagas disponíveis. Essa saída de jovens da PSP está diretamente relacionada às oportunidades oferecidas: as condições salariais são modestas para o papel exigente e arriscado. A progressão na carreira é lenta e muitas vezes desmotivadora”, afirma ainda o SIAP.
Este mês marca o fim de um novo curso de oficiais, inicialmente planejado para 600 vagas, mas terminou com 500 e agora está terminando com 459 oficiais, com 41 já tendo desistido.