Para saber mais sobre o assunto, o Notícias ao Minuto falou com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas(ICNF) para perceber melhor a situação.

O ICNF explicou que "os répteis sempre existiram em áreas urbanas, pois existe um fluxo contínuo de espécies entre áreas periurbanas, mais ou menos naturalizadas, e áreas urbanas".

Além disso, acrescentam, "a naturalização dos ambientes urbanos, principalmente através da promoção de espaços verdes, favorece este fluxo, que não se limita aos répteis, mas engloba espécies de vários grupos".

No caso das serpentes, "pode haver condições climatéricas mais ou menos favoráveis à sua reprodução, o que pode criar a ilusão de um aumento do número de animais".

"Estes fenómenos são cíclicos, condicionados pelas condições climatéricas, uma vez que estes animais não conseguem regular a sua temperatura corporal, sendo influenciados pela temperatura ambiente", disse o ICNF ao Notícias ao Minuto.

As espécies mais comuns fora do seu habitat natural são a cobra de Montpellier, a cobra de escada e a cobra de ferradura, que são também "as espécies mais comuns na natureza".

Destas, a cobra de Montpellier é venenosa, mas "como os seus dentes venenosos (presas) estão localizados na parte de trás da mandíbula, quando morde usa os dentes normais, injectando o veneno apenas quando está a engolir a presa". Por isso, "não é perigosa para os humanos, uma vez que as mordeduras envolvem apenas os dentes da parte anterior do maxilar".

Segundo o ICNF, a "grande maioria das mordeduras" é uma "reação defensiva por parte dos animais" quando as pessoas interagem com as serpentes. "Em geral, os répteis, e as cobras em particular, são animais tímidos e evitam aproximar-se dos humanos, preferindo sempre fugir", explicou.

Por isso, quando se vê um réptil em ambiente urbano, "não se deve interagir com o animal, mas sim deixá-lo seguir o seu caminho e não tentar pisá-lo, agarrá-lo ou encurralá-lo".