A demanda por casas para comprar em Portugal está em alta, tendo atingido um dos níveis mais altos dos últimos oito anos no final de 2024. Em Portugal, a demanda por apartamentos à venda entre 90.000 e 360.000 euros disparou durante esse período

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Dados do idealista revelam que o interesse por apartamentos e casas à venda aumentou em 2024, chegando mesmo a atingir um máximo histórico no verão, quando a isenção do IMT Jovem entrou em vigor. E apesar de ter caído um pouco na base trimestral, a demanda pela compra de uma casa encerrou o ano em um dos níveis mais altos registrados desde 2018

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Essa tendência de avançar para a compra de uma casa em Portugal — seja para uma primeira residência, uma casa de férias ou uma casa para alugar como empresa — aumentou em todas as 20 capitais de distrito entre o final de 2024 e o mesmo período do ano anterior, sem exceção. E houve até cidades onde os valores mais do que duplicaram: foi o caso de Portalegre, Beja e Ponta Delgada no caso da procura por apartamentos; e o caso da Guarda em

relação à habitação.

Na capital portuguesa, houve um aumento anual muito maior na demanda por apartamentos (+54%) do que por casas (+10%). E exatamente o oposto foi observado no Porto: o interesse por casas aumentou 32%, enquanto o interesse por apartamentos cresceu apenas 4% no último ano

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A demanda depende do preço

As famílias estão prestando mais atenção às casas à venda em Portugal em todas as faixas de preço: das mais baratas às mais caras (custando mais de 1 milhão de euros). Obviamente, a demanda por casas mais acessíveis é muito maior em comparação com a pressão sentida sobre as casas de luxo e está aumentando em face da escassez de oferta e dos baixos salários

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A demanda por apartamentos que custam entre 90.000 e 360.000 euros aumentou no país, com aumentos de mais de 63% em relação ao ano anterior. O fato de a isenção total do IMT Jovem ser de até €316 mil pode ajudar a explicar esses resultados — vale lembrar que a garantia pública sobre crédito imobiliário só começou a ser aplicada no início deste ano. Dentro dessa faixa de preço, destacam-se apartamentos com preços entre €150.000 e €210.000, já que a demanda mais que dobrou

no último ano.

O interesse em propriedades de luxo também seguiu uma tendência ascendente, embora menos pronunciada, com a demanda por apartamentos com preços acima de €1 milhão aumentando entre 23% e 62% em um ano.

No caso das casas à venda, houve um aumento mais significativo na demanda (sempre acima de 60%) em propriedades com preços entre €120.000 e €360.000, revelam os mesmos dados. E houve ênfase especial em casas que custam entre 120.000 e 180.000 euros, com a demanda aumentando quase

80% ao ano.

Em Lisboa e no Porto, não foi possível medir a demanda por apartamentos à venda por menos de 120 mil euros — talvez porque a oferta de casas mais baratas nas duas maiores cidades do país seja escassa ou mesmo inexistente. Acima desses valores, constatou-se que as casas à venda estão atraindo mais atenção dos compradores, principalmente na capital.

Apartamentos à venda em Lisboa entre 180.000 e 210.000 euros dobraram de demanda no último ano. E o mesmo aconteceu com os níveis de preços mais altos de todos (acima de 2 milhões de euros). O menor aumento na demanda na capital foi observado na faixa de preço entre €600.000 e €1 milhão, e mesmo assim foi de 40%.

No Porto, observou-se um aumento de mais de 30% na procura por casas entre 210 mil e 270 mil euros, bem como numa faixa de preço mais baixa (entre 120 mil e 150 mil euros). Mas o maior crescimento da demanda no Porto foi registrado em apartamentos à venda entre 1 e 2 milhões de euros (+59% em um ano). Exceções também foram detectadas nesta cidade: houve um esfriamento do interesse em comprar casas entre €420 mil e €600 mil, bem como entre €2 e €3

milhões.