O Governo Regional dos Açores cumpriu o compromisso assumido com os trabalhadores dos matadouros, pagando os salários em atraso referentes a 2024, num total de 1,9 milhões de euros. Os pagamentos foram efectuados em junho, na sequência de um novo enquadramento que redefiniu o estatuto profissional e a estrutura remuneratória destes trabalhadores do sector público.
Esta ação decorre do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2024/A, que entrou em vigor em novembro de 2024. Este diploma estabelece um regime especial de carreiras para os trabalhadores que exercem funções na rede de matadouros públicos dos Açores. O Governo começou a aplicar as novas tabelas salariais no início de 2025, tendo o pagamento de junho resolvido a diferença retroactiva a 1 de janeiro de 2024.
A decisão surge na sequência da ação colectiva de 14 de maio, quando os trabalhadores dos matadouros realizaram uma greve para exigir o pagamento dos salários em atraso. Na altura, o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, garantiu que os pagamentos seriam efectuados em junho, apelando à paciência e à responsabilidade, referindo que "não há varinhas mágicas para satisfazer as ambições de todos".
A greve foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e afectou os matadouros de gestão pública do arquipélago.
O Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, confirmou os pagamentos durante uma visita ao matadouro da Ilha Terceira. Destacou também os dados económicos animadores do primeiro semestre de 2025. Nomeadamente, as exportações de carcaças de bovinos aumentaram 8% e a carne com selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) cresceu 21% face a 2020, refletindo o crescente prestígio e qualidade dos produtos cárneos açorianos.
Adicionalmente, os matadouros de várias ilhas estão a proceder à renovação da sua certificação de bem-estar animal, reforçando a reputação internacional da região na produção de carne ética e de elevada qualidade.