"Muito honestamente, não estávamos preparados para este aumento exponencial de turismo e de passageiros, e a própria infraestrutura, como o senhor ministro da Administração Interna já disse, também não está adequada a esta realidade", disse a inspetora Ana Vieira, no dia 13 de junho.

No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, Ana Vieira acrescentou que os tempos de espera que se têm verificado significa “que com as posições [de controlo de entradas], todas ocupadas, não conseguimos minorar os tempos de espera", admitiu a inspetora.

"Entre as 5:00 e as 14:00 foram controlados mais de 11 mil passageiros, com todas as 16 posições ocupadas, e ainda com os e-gates [de entrada rápida] a funcionar, e apesar disto resultou uma espera de aproximadamente duas horas", referiu.

Neste sentido, a inspetora deu conta de que o SEF está a tentar adequar o plano de contingência à realidade. Porém, anos de experiência na área aeroportuária não a preparam para um cenário destes. “Eu tenho muita experiência de aeroporto e não me recordo nunca destes tempos de espera, nem deste volume de passageiros, é uma realidade nova com que nos deparamos".

Questionada sobre se o panorama vai agravar-se no verão, com o previsível aumento de passageiros, a inspetora disse que o aumento de inspetores do SEF poderá garantir que em situação de necessidade de efetuar um embarque, “tenhamos pessoal disponível sem ter de ir retirar à zona de fronteira”, sendo que “o trabalho do SEF não é apenas controlar as chegadas e partidas de passageiros e vincou a pressão a que estes trabalhadores estão sujeitos”.

"Temos esperança que a situação melhore, não só para os passageiros, mas também para nós, porque a pressão a que estamos sujeitos é muito forte; a atividade do SEF não é só controlo de chegadas, há outras valências, e a questão é que continuamos a ter de corresponder a essas vertentes que não podem ser descuradas, senão o nosso trabalho não estará a ser bem feito", concluiu.

Esta conferência de imprensa foi marcada através de um comunicado no qual o SEF justificou a razão da "demora acentuada" com um pico de 3 mil passageiros.

Também a ANA Aeroportos já se pronunciou sobre este problema, alertando para os tempos de espera a que os passageiros estavam sujeitos devido à “insuficiência de recursos e de postos de controlo de fronteira SEF em funcionamento”.

“Hoje voltamos, infelizmente, a assistir a tempos de espera elevados que ultrapassaram as três horas na área das chegadas do aeroporto de Lisboa devido à insuficiência de recursos e de postos de controlo de fronteira SEF em funcionamento”, referiu a ANA Aeroportos.