As viagens turísticas dos residentes em Portugal, feitas no país e no estrangeiro, aumentaram 195,6% no primeiro trimestre, em termos homólogos, ficando “ligeiramente acima” (0,3%) do primeiro trimestre de 2019, impulsionadas pelas viagens nacionais, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciados no dia 27 de julho.

“No primeiro trimestre de 2022, os residentes em Portugal realizaram 4,7 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 195,6% (+96,1% no quarto trimestre de 2021)”, refere o INE.

O aumento no número de viagens deve-se sobretudo ao facto de, no ano anterior, as fortes restrições às viagens durante a pandemia levaram a que este ano as deslocações tenham aumentado significativamente. Note-se que no primeiro trimestre de 2021, as deslocações em território nacional tinham diminuído 55,3% e 89,5% com destino ao estrangeiro.

No entanto, o aumento não se verifica apenas em comparação com os valores registados durante a pandemia, tendo também se verificado um ligeiro aumento comparativamente aos níveis do primeiro trimestre de 2019 (+0,3%), “em resultado da variação observada nas viagens nacionais (+3,6%), dado que as viagens ao estrangeiro continuaram a registar uma variação negativa (-23,0%)”.

Aliás, as viagens em território nacional continuam a representar a maioria das deslocações (90,5%) e aumentaram 175,8% (+3,6% face ao primeiro trimestre de 2019). Por outro lado, as viagens com destino ao estrangeiro cresceram 846,9%, mas ficaram ainda 23,0% abaixo dos níveis de 2019, totalizando 443,4 mil viagens, o que correspondeu a 9,5% do total (8,7% no quarto trimestre de 2021)”, precisa o INE.

Relativamente aos meses do ano, as deslocações aumentaram em todos os meses do trimestre: +179,3% em janeiro, +266,0% em fevereiro e +156,8% em março. Face aos mesmos meses de 2019, fevereiro registou um acréscimo de 8,5%, enquanto em janeiro e março se observaram reduções de 2,8% e 4,6%, respetivamente.

Porque viajam os portugueses?

No período em análise, o principal motivo que levou os residentes a viajar foi precisamente a ‘visita a familiares ou amigos’, tendo levado à deslocação de 2,2 milhões de pessoas.

Ligeiramente abaixo está o motivo ‘lazer, recreio ou férias’, que correspondeu a 1,8 milhões de viagens (39,2% do total, +13,0 pontos percentuais), revelando o maior acréscimo, de 342,2% (+3,0% em relação ao primeiro trimestre de 2019).

As viagens por motivos ‘profissionais ou de negócios’ (431,8 mil) aumentaram 90,0% (-31,1% face a 2019; +47,8% no quarto trimestre de 2021), embora a sua representatividade tenha diminuído (9,2% do total; 14,3% no primeiro trimestre de 2021).

Os ‘hotéis e similares’ concentraram 21,9% das dormidas resultantes das viagens turísticas no primeiro trimestre de 2022, reforçando a sua representatividade (+16,3 pontos percentuais), mas o ‘alojamento particular gratuito’ manteve-se como a principal opção (71,0% das dormidas, -17,6 pontos percentuais).

De acordo com os dados do INE, no processo de organização das deslocações, a Internet foi utilizada em 20,4% dos casos (+15,6 pontos percentuais), tendo este recurso sido opção em 67,5% (+29,5 pontos percentuais) das viagens para o estrangeiro e em 15,4% (+11,7 pontos percentuais) das viagens em território nacional.

No primeiro trimestre de 2022, cada viagem teve uma duração média de 2,85 noites (4,46 noites no primeiro trimestre de 2021; 2,70 noites no primeiro trimestre de 2019).

Em janeiro e março a duração média foi 3,05 noites, enquanto fevereiro registou uma duração de 2,49 noites.

A proporção de residentes que realizou pelo menos uma deslocação turística no primeiro trimestre de 2022 foi de 19,0%, um acréscimo de 12,9 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior (19,2% no primeiro trimestre de 2019).