A investigação levou três anos a ser concluída e contou com o trabalho de 171 investigadores de 25 países diferentes, entre os quais o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (CIBIO-InBIO).

Segundo o investigador português, Nuno Queiroz, o estudo pretendia entender a “sobreposição vertical destas espécies com as atividades humanas e com o impacto das alterações climáticas”, conforme dito em declarações à agência Lusa.

Os investigadores concluíram que cerca de um terço das espécies mergulham em profundidade, com profundezas acima de um quilómetro, onde a água é fria, com pouco oxigénio e pouca visibilidade.

Os registos dos transmissores mostram que os tubarões-brancos mergulham a uma profundidade superior a 1.200 metros, enquanto os tubarões-baleia atingiram 1.896 metros, “perto do limite de pressão de 2.000 metros dos atuais sensores”.

A investigação identificou também sobreposição de espécies nos mesmos espaços verticais, com os tubarões-baleia, tubarões-tigre e raias-de-manta oceânica a terem comportamentos “surpreendentemente semelhantes”, embora a sua história evolutiva seja diferente.

Segundo Nuno Queiroz, a profundidade em que as espécies nadam varia entre o dia e a noite, de forma a encontrar alimento nas diferentes zonas do mar, assim como também para regular a temperatura corporal, reproduzir e até evitar predadores.