“Sem investigação não há avanço e sem avanço, o doente oncológico não melhora”, resumiu o presidente do Núcleo Regional do Norte (NRN) da LPCC, Vítor Veloso.

Em declarações à agência Lusa, nas vésperas do Dia Mundial do Cancro que se assinala dia 4 de fevereiro, o responsável sublinhou que as 17 bolsas a atribuir na área da oncologia refletem um investimento de mais de 214 mil euros.

“A investigação tem permitido enormes progressos na prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro”, acrescentou o presidente.

A entrega destas bolsas está prevista para 5 de fevereiro, numa cerimónia protocolar que serve para a assinalar o Dia Mundial do Cancro.

Na mesma ocasião, o NRN da LPCC vai entregar cabazes alimentares a doentes oncológicos, uma iniciativa que parte da constatação de que os doentes cada vez mais precisam de apoio económico.

“O país está em recessão económica, financeira e social, logo os pedidos de auxilio que a liga tem tido são cada vez maiores”, disse Vítor Veloso.

Além destes cabazes alimentares, informação remetida à Lusa realça que os doentes oncológicos que recorram à liga, recebem outros apoios, tais como, apoio nas despesas de habitação, pagamento de água e luz, transportes e medicamentos, alimentação, ajudas técnicas, óculos, próteses dentárias, entre outros.

“Atualmente só o gabinete de apoio ao doente da LPCC-NRN no IPO do Porto apoia mais de 550 doentes oncológicos, maioritariamente da área do Porto. Da região Norte serão muito mais”, referiu a mesma fonte.

O Dia Mundial do Cancro é uma iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro (UICC), a maior e mais antiga organização internacional que se dedica a combater o cancro e da qual a LPCC é ‘full member’ desde 1983.

Juntas, LPCC e UICC, têm a campanha “Cuidados mais justos” que termina este ano, após três anos de implemetação no terreno de várias ações e iniciativas.

Esta campanha tem como objetivo chamar a atenção dos líderes mundiais para o cancro e criar a oportunidade para lutar por políticas públicas promotoras de equidade no acesso aos cuidados de saúde, no que se refere à prevenção, diagnóstico e tratamento para todos.

A este propósito, e lembrando dados de um relatório recente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), segundo o qual nos primeiros seis meses de 2023, mais de sete mil utentes aguardavam cirurgia programada na área de oncologia, 19% dos quais com espera superior aos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, Vítor Veloso fez outros apelos.

“No cancro, o tempo é um fator fundamental. Os tempos que estão consagrados não podem ser ultrapassados. Estes atrasos podem determinar que um doente que inicialmente pode ter uma cura, possa não ter cura nenhuma, uma sobrevivência com má qualidade de vida ou até uma morte anunciada”, referiu.

O presidente do núcleo Norte também lamentou os dados que dão conta de que os tempos de espera das consultas em oncologia chegam a ultrapassar os 60% e 70% superiores ao estabelecido na legislação, concluindo: “O panorama do doente oncológico a nível nacional continua a degradar-se continuamente”.