Em declarações à Lusa, Carlos Lima, um dos elementos do grupo, que viajou para a Jordânia de férias no dia 5, explicou que o voo de regresso a Portugal estava previsto para domingo, mas que os viajantes foram avisados de que o voo seria adiado para segunda-feira à noite.
No entanto, o espaço aéreo está atualmente encerrado, depois de ter reaberto temporariamente no sábado.
Os portugueses, na sua maioria idosos, têm estado nos últimos dias em Amã, capital da Jordânia, que está na rota dos mísseis trocados desde sexta-feira entre Telavive e Teerão.
Carlos Lima relatou que ouve frequentemente sirenes na cidade e que os mísseis voam "a grande velocidade" sobre o hotel onde os portugueses estão alojados, "situado num dos edifícios mais altos da cidade de Amã".
Os turistas estão "bastante preocupados" e as famílias em Portugal estão "em pânico", descreveu.
"Estes portugueses estão no meio de um conflito sem precedentes, cujo desfecho e consequências ninguém pode prever, pelo que é fundamental que as autoridades portuguesas assegurem de imediato o seu regresso urgente, devendo decidir como o fazer, se através do voo programado ou através de uma operação especial de resgate", afirmou Carlos Lima.
Os portugueses lamentaram que o grupo não tenha recebido qualquer contacto das entidades nacionais.
Perante esta falta de contacto, o grupo vai tentar viajar hoje por terra até ao sul da Jordânia e atravessar para o Egito, esperando chegar ao Cairo e, a partir daí, embarcar num voo para Portugal.
"O Estado português não está preparado para apoiar os seus cidadãos numa situação como esta, numa altura em que o mundo está em grande turbulência, com graves conflitos armados. O Estado português não parece ver isto como uma prioridade", criticou Carlos Lima.
"As nossas autoridades não podem reagir desta forma, isto é muito grave e deve ser uma prioridade máxima dentro das obrigações institucionais", defendeu.
Contactada pela Lusa, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse que o Governo tem estado a acompanhar a situação destes cidadãos portugueses nos últimos dias.
Os ataques israelitas, levados a cabo por 200 aviões contra 100 alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte), as fábricas de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão retaliou com centenas de mísseis apontados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez centenas de mortos e mais de mil feridos de ambos os lados.








