A juíza Maria Pires, que preside o painel que julgará o caso, explicou na sessão que o adiamento se deveu à recusa dos réus Gabriel Carvalho e Ayari Chokri em serem representados por um advogado público.

Os advogados de defesa informaram ao tribunal que estavam renunciando à procuração para representar os dois homens, um de nacionalidade brasileira e outro que alega ter nacionalidade italiana e egípcia.

De acordo com o tribunal, os dois homens, em prisão preventiva numa prisão em Lisboa, informaram que “não aceitam advogados públicos e pretendem nomear um novo representante legal”.

Os réus são suspeitos de pertencerem a uma rede internacional de tráfico de drogas e foram presos em março de 2023, em Albufeira, durante uma operação policial quando transportavam 1.200 quilos de cocaína em um caminhão.

Os seis homens, com idades entre 24 e 62 anos, todos em prisão preventiva, têm nacionalidade brasileira, croata, italiana e portuguesa e são acusados dos crimes de tráfico de drogas agravado e associação criminosa.

Eles são suspeitos de “introduzir grandes quantidades de cocaína no mercado europeu” e de pertencerem a “uma rede muito poderosa” que tinha uma base logística no Algarve e em Portugal como “porta de entrada” para posterior distribuição na Europa.

Na operação realizada pela Polícia Judiciária (PJ), além das drogas, foram apreendidos um veículo pesado usado para transportar a cocaína, “equipamentos de comunicação, grandes quantidades de dinheiro, documentos e outros objetos”.

A investigação foi liderada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em Lisboa.

De acordo com o Ministério Público, “há evidências de que os detidos fazem parte de uma organização criminosa internacional que transporta grandes quantidades de cocaína por via marítima da América do Sul, onde é produzida, para a Europa, com entrada via Portugal”.

A primeira audiência do julgamento, com um total de sete testemunhas para a acusação e defesa convocadas, foi marcada para 4 de setembro, às 9h15.

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