Em 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa foi aberto ao público devido ao seu interesse patrimonial e cultural. No entanto, no parque decorrem também investigações históricas e arqueológicas sobre a matéria.

Descobrir a história

Foi a equipa liderada por Nélson Rebanda, que após anos de trabalho, descobriu em 1994 a arte rupestre gravada nas rochas do atual Parque Arqueológico do Vale do Côa. Há cerca de 20 000 anos, os seres humanos que habitavam a região desenharam figuras que representam cavalos e bovídeos, como é costume ler-se nas gravuras rupestres do mundo. Estima-se que existam milhares de pinturas no complexo.

As gravuras variam entre os 15 e 80 centímetros, no entanto predominam as que varias dos 40 aos 50 centímetros. Concluiu-se que as técnicas utilizadas foram a abrasão e a picotagem, na sua maioria em traços largos.

Em 1995, foram identificados 14 locais com arte rupestre, que se distribuíam por vários quilómetros. Nessa altura não eram conhecidas as representações características da arte paleolítica. Em 2013 incluíram-se os demais núcleos encontrados, um total de 22.

A expressão artística está principalmente localizada em rochas de xisto, no entanto em certos locais, como no Núcleo de Arte Rupestre da Faia, algumas gravuras foram feitas em granito.

Mais para ver

Em 2010, a UNESCO adicionou uma das zonas, Siega Verde, ao complexo de arte do Vale do Côa, integrando assim um núcleo entre o Vale do Douro e Salamanca, em Espanha. Desde 2018 que Museu e Parque Arqueológico do Côa integra o Itinerário Cultural do Conselho da Europa, que engloba locais em França, Espanha e Itália.

Recentemente, os arqueólogos que trabalham na Fundação Côa Parque deram a oportunidade ao público de ver uma gravura de uma cabra montesa, numa placa de xisto. A gravura está numa placa móvel, que consiste na arte feita em pequenos pedaços de pedra que podem ser transportados. A placa foi encontrada queimada e aparente ter representada uma cabra, acompanhada de outro animal, que aparenta ser um veado.

No Parque Arqueológico contempla-se o Museu do Côa, o início de uma viagem ao passado. O edifício começou a ser construído em 2007, tendo as obras terminado em 2010. O Museu foi construído com o objetivo de integrar a paisagem natural com a maior verosimilhança, imitando o xisto, a pedra mais abundante na região. É de referir, que só visitar o museu não é suficiente para uma visita completa, apenas é o iniciar da visita que leva os visitantes ao museu natural.

O Museu do Côa

O Museu do Côa

No Museu do Côa estuda-se a arte rupestre, assim como alberga a maior biblioteca do país relacionada com a arte rupestre. Neste espaço são também desenvolvidas atividades para estudantes e para o público em geral.

No espaço há a possibilidade de fazer vários tipos de visita, com preço tabulado nas bilheteiras, que podem ser consultados online. Os visitantes podem ainda fazer passeios de caiaque, ou até aproveitar uma visita noturna, para uma experiência mais mística.

Para chegar a Vila Nova de Foz Côa, para além de automóvel privado, o autocarro é o transporte público mais indicado para a viagem.


Author

Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos