De acordo com o presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo(CEPAAL), Gonçalo Morais Tristão, em 2023, o valor das exportações já tinha ultrapassado os mil milhões de euros e, em 2024, "deverá ter rondado os mesmos valores".

"É histórico porque ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros, sobretudo em dois anos consecutivos, é muito importante para o sector", que assenta em "dois tipos de exportações", o azeite a granel e o azeite embalado, sublinhou.

Gonçalo Morais Tristão falava à Lusa a propósito do Congresso Nacional do Azeite(CNA) e da Feira Nacional do Azeite (FNO), eventos que vão decorrer, a partir de quinta-feira, em Campo Maior, no distrito de Portalegre.

Em termos de azeite a granel, segundo o presidente do CEPAAL, as exportações são "sobretudo para Espanha e Itália", enquanto, no que diz respeito ao azeite embalado com marca portuguesa, "o principal cliente é o Brasil".

O CEPAAL, referindo-se aos dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística(INE), deste mês, indicou que a campanha de azeite de 2024/2025 registou um aumento de produção de cerca de 10% face à anterior, atingindo as 177.000 toneladas (anteriormente tinham sido 150.000).

Neste sentido, o ano de 2024 é considerado "o segundo melhor ano de todos os tempos", com uma produção de azeite de "quase dois milhões de hectolitros".

Segundo o CEPAAL, este ano registou-se, portanto, um ajustamento em baixa dos preços ao consumidor, em relação ao aumento de preços do ano anterior, de cerca de "40%" por garrafa de azeite virgem extra.

"A redução dos preços é benéfica, porque pode haver uma maior adesão ao consumo. O aumento dos preços provocou alguma redução do consumo que a produção não quer, mas a redução dos preços não pode ser para [valores] que não consigam cobrir alguns custos de produção", notou Gonçalo Morais Tristão.

Portugal é já o sexto maior produtor de azeite do mundo e o terceiro maior exportador da Europa, segundo o CEPAAL.

O Alentejo representa quase 90% da produção nacional de azeite, com a região a ter "mais de 209 mil hectares de olival, mais de 116 lagares e mais de 95%" de azeite virgem e virgem extra produzido.