Durante o seu percurso, afirma-se como defensor dos interesses da região, descrevendo-se como um líder capaz de unir diferentes correntes políticas.
Deputado durante vários mandatos, Cristóvão Norte desempenhou funções como vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD e coordenador da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação. Integrou também a Comissão de Assuntos Marítimos e foi um dos defensores da construção do Hospital Central do Algarve, tendo liderado a petição que reuniu mais de 20.000 assinaturas. Este projeto continua a ser uma das suas grandes prioridades.
Atualmente, é Presidente da Assembleia Municipal de Faro, Presidente do PSD Algarve e Conselheiro Nacional do partido.
Para as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, Cristóvão Norte lidera uma coligação que reúne partidos do centro-direita: PSD, CDS e Iniciativa Liberal (IL). E também partidos de esquerda como o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e o Partido da Terra (MPT), além de independentes. A aliança promete garantir uma pluralidade de vozes e um forte compromisso com as realidades locais, promovendo um ambiente de colaboração para responder às necessidades da região.
Entre as suas principais conquistas está a aprovação da lei que criminaliza os maus tratos a animais, um marco histórico que reconhece os animais como seres que merecem proteção.
Com uma visão para o Algarve que combina inovação e crescimento com a preservação da identidade regional, Cristóvão Norte tem como objetivo um desenvolvimento equilibrado. A sua estratégia inclui a criação de mais espaços verdes, a promoção da mobilidade suave e o reforço das infra-estruturas, garantindo que o crescimento económico é acompanhado pela sustentabilidade ambiental e pelo respeito pelo património local.
TPN: Porque é que se candidata à presidência da Câmara de Faro?
CN: Candidato-me por um sentido de dever, esta é a minha cidade, o meu concelho, vivo e respiro esta cidade, os seus recantos, as melhores e as piores coisas, e sinto que posso trazer mais qualquer coisa a esta cidade, a este concelho.
Tenho energia, tenho ambição, tenho motivação, vou ter uma grande equipa à minha volta, e acho que Faro e o Algarve têm de ter influência nacional, e acho que podemos dizer honestamente que temos influência nacional. Temos que resolver os problemas que são da competência do município, mas também temos que resolver os problemas que não são da competência do município.
Faro precisa de um novo hospital que dê dignidade às pessoas, oferecendo um médico de família para todos, para aumentar as respostas sociais, para alterar o padrão de desenvolvimento económico e social da região, que está quase exclusivamente ancorado no turismo, e para fazer a qualificação desta extraordinária zona Ribeirinha, e para pôr todos os serviços públicos a funcionar decentemente.
TPN: O que é que distingue a sua candidatura das outras?
CN: Não diria que a minha vontade de resolver problemas é o que me distingue, pois penso que todos os candidatos partilham esse objetivo. O que me distingue verdadeiramente são os valores que defendo - coerência, ética, integridade e cumprimento dos compromissos com total transparência. A minha ação política é sempre orientada por estes princípios, quer no exercício de cargos públicos, quer na relação com os outros.
O meu projeto político assenta numa visão integrada e progressista: começa no coração de Faro, com uma atenção diária e próxima às suas ruas, bairros e cinco freguesias, garantindo que cada comunidade é ouvida e respeitada. A partir daí, esta forte ligação estende-se a todo o concelho e ao distrito do Algarve, onde acredito que a união das várias autarquias numa só voz é essencial para ganhar maior influência e relevância a nível nacional.
Esta base local e regional suporta também uma projeção mais alargada para além das fronteiras de Portugal, reconhecendo a importância das dinâmicas internacionais na definição das melhores estratégias para o desenvolvimento sustentável e inovador da nossa região. É esta ligação entre o local e o global, entre Faro e o mundo, que distingue a nossa candidatura e reforça o nosso compromisso com as populações.
Em última análise, o objetivo é ganhar a confiança e o apoio da população para implementar mudanças reais e duradouras - sempre com transparência e uma visão holística que ligue todos estes níveis de ação.
TPN: Está a concorrer numa coligação com cinco partidos diferentes. Não há o risco de ser acusado de conflito ideológico?
CN: Há o risco de ser acusado de ter demasiadas pessoas ao meu lado. Ter uma coligação que junta cinco partidos que nunca se juntaram é o melhor elogio que alguém me pode fazer. Esses cinco partidos pensaram que eu seria o melhor candidato a Presidente da Câmara Municipal.
TPN: Porque é que decidiram juntar-se?
CN: Não fui eu que decidi; foram eles. É preciso perguntar-lhes.
TPN: Como é que esta coligação pode beneficiar o município?
CN: É benéfica porque apresenta uma candidatura forte, o que significa que os partidos políticos são capazes de distanciar as suas diferenças, concentrando-se num bem maior e chegando a acordo sobre quem os deve liderar. Isso significa que, abdicando de algumas das nossas ideias de compromisso e de diálogo entre nós, quem vai liderar este projeto tem obviamente algumas caraterísticas que permitem que todos trabalhem em conjunto.
Nós juntámos o que nunca tinha sido juntado em Portugal. Portanto, as pessoas de Faro podem confiar que vamos fazer o que nunca ninguém fez antes.
TPN: Quais são os planos concretos para melhorar as condições de vida em Faro?
CN: Antes de mais, queremos assegurar mais recursos para o município sem aumentar os impostos. Vamos apelar à responsabilidade social, especialmente de instituições como o Aeroporto de Faro, que está localizado na freguesia de Montenegro, gerando receitas significativas mas ainda não contribuindo o suficiente para as questões que estamos a abordar.
Precisamos também de investir em várias zonas do concelho, incluindo a freguesia de Montenegro, com melhorias no ordenamento do território, no estacionamento e na manutenção das vias. Outro ponto crucial é a reabilitação dos espaços públicos. Queremos que os espaços públicos de Faro sejam como as nossas casas: se há um buraco, arranjamos; se uma rua precisa de ser requalificada, requalificamo-la; se há problemas de segurança, melhoramos a iluminação ou aumentamos a presença policial.
Além disso, pretendemos restabelecer a relação da cidade com a Ria Formosa e também com a região da Campina. Faro existe graças a estes dois elementos fundamentais e é essencial que nos liguemos a eles, valorizando este património ambiental único que é também uma fonte de qualidade de vida para todos os habitantes do concelho.
Este trabalho de valorização e recuperação não se limita ao centro da cidade mas abrange todo o concelho porque sabemos que Faro só é forte quando todas as suas freguesias prosperam e se unem sob uma visão comum para um futuro sustentável e inovador.
TPN: Quais são os planos para a população estrangeira?
CN: Nós queremo-los! Somos uma cidade que tem tido várias vicissitudes.
Faro já teve uma mesquita. Foi ocupada pelos romanos. É uma cidade que deu ao mundo figuras como Bartolomeu Dias, que atravessou o Cabo da Boa Esperança. Uma cidade onde Cristóvão Colombo regressou quando ia a caminho de Espanha, para depois descobrir a América. Faro sempre foi uma cidade plural. Sendo uma cidade plural, isso não quer dizer que não haja aqui um património identitário, regras obviamente, com tolerância.
Queremos que todos os que vivem em Faro vivam bem. Todos os que vivem em Faro têm de sentir que fazem parte de Faro. Isso exige que tomemos medidas para reforçar esses mecanismos de integração, mas exige também que quem vem queira participar na vida social e económica da comunidade.
TPN: O que é que poderia dizer para levar a população estrangeira a votar nas eleições autárquicas?
CN: A participação deles é muito importante, porque eles vão sentir o impacto das medidas que eu vou tomar. Faz todo o sentido que tenham o direito de votar.
Agora, acreditem que eu posso ser um bom presidente e votem em mim.