O candidato cresceu em Lagos e aí completou toda a sua educação até ao ensino secundário. Mais tarde, interessou-se por Economia, uma área que viria a seguir, e concluiu uma licenciatura. Fora de Lagos, trabalhou no sector privado, incluindo uma pós-graduação em Finanças.
No entanto, o candidato do PS à Câmara Municipal de Lagos sempre se sentiu compelido a regressar à sua terra natal e, quando o fez, constituiu família e trabalhou como técnico de contabilidade na Santa Casa da Misericórdia de Lagos, empresário, professor na Universidade do Algarve e diretor financeiro do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio.
O seu percurso político iniciou-se em 2001 como deputado à Assembleia Municipal de Lagos, integrando as listas do PS. Em 2013, exerceu funções como vice-presidente da Câmara Municipal de Lagos e, em 2019, assumiu a presidência da autarquia. Em 2021, durante as eleições autárquicas, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lagos.
The Portugal News (TPN): Porque é que pretende recandidatar-se à Câmara Municipal de Lagos?
Hugo Pereira (HP): Porque sou um apaixonado por Lagos, pelo meu concelho, pela minha terra, pela minha equipa e estou empenhado em que as pessoas impulsionem o desenvolvimento da cidade.
Atualmente, investimos mais de 100 milhões de euros em projectos que já estão a ser realizados em áreas como a Habitação (quase metade do valor orçamentado), Saúde, Educação, Ambiente e Património/Cultura. Trata-se de um investimento significativo para a cidade e justo para os nossos munícipes, só possível graças à gestão rigorosa e equilibrada implementada. Esta obra deve ser concluída e outras devem ser iniciadas.
A propósito, sugiro que consultem o nosso site onde todos podem ver o extenso trabalho realizado em 2021-2025, o que temos em curso e as nossas ideias e propostas para 2025-2029.
TPN: Como descreveria a comunidade estrangeira residente em Lagos?
HP: Temos uma comunidade estrangeira de várias origens (apresento-as por ordem alfabética): Europeus como alemães, britânicos, franceses, irlandeses, italianos, holandeses, suecos, ucranianos, entre outros, e não europeus, incluindo pessoas da América do Norte, da Ásia, da América do Sul, principalmente do Brasil, e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Do ponto de vista socioeconómico, esta comunidade estrangeira residente divide-se em duas grandes categorias: um grupo que pretende melhorar a sua situação económica, procurando e aspirando a uma vida mais digna do que aquela que tinham nos seus países de origem; outro, que encontra um clima fantástico, uma beleza natural única, segurança e uma boa qualidade de vida, entre outros factores.
No geral, são pessoas simpáticas que, por uma razão ou outra, decidiram continuar a sua vida aqui, interessando-se pelo concelho e participando na sua vida social, cultural e económica. Para mim, e para nós do PS, são todos cidadãos do concelho de Lagos.
TPN: Qual a importância destes cidadãos para o concelho?
HP: Muito importantes! Para nós, esta comunidade pertence a Lagos, e é também Lagos. Para além da demografia, contribuem para a economia, quer do lado da procura, através da aquisição de bens e serviços, quer do lado da oferta, como empresários ou como força de trabalho para a nossa economia local, reforçando o cosmopolitismo do nosso território e contribuindo para a sua diversidade e riqueza do ponto de vista social, económico e cultural.
De facto, estou certo que esta comunidade sente e sabe que Lagos é um concelho que sabe acolher, abraçar e integrar.
TPN: Considera que a participação destes cidadãos em actos eleitorais, como as eleições autárquicas, é importante? Porquê?
HP: Claro que sim! Se vivem num determinado território, têm todo o direito de participar nas decisões e de se envolverem na vida política. As suas necessidades devem estar na agenda política: este é um aspeto que reforça a democracia. De facto, o direito de voto é um dos instrumentos fundamentais da participação cívica e, portanto, da integração na sociedade.
TPN: Existem novas medidas que gostaria de implementar num eventual novo mandato?
HP: Posso dizer que, se formos eleitos, iremos, por exemplo: criar um espaço de actividades multiculturais entre as diferentes nacionalidades residentes na freguesia da Luz, fomentando a integração, a convivência e o respeito pela diversidade.
Pretendemos reforçar os mecanismos de ligação entre as pessoas e a administração municipal, adaptando constantemente os meios de comunicação às necessidades dos munícipes e visitantes, numa cultura de serviço público de proximidade.
Queremos manter os procedimentos de modernização administrativa, prestando um serviço público de qualidade, e continuar a expandir o sistema de Serviço Digital ao Cidadão.
Vamos aumentar a acessibilidade aos serviços do Gabinete do Cidadão, melhorando a comunicação em várias línguas estrangeiras e reforçando as capacidades de atendimento às comunidades estrangeiras do concelho.
Estamos interessados em continuar a reforçar os canais de comunicação e atendimento com a Câmara Municipal, permitindo um melhor e mais fácil acesso aos cidadãos. Pretendemos ainda lutar junto da Administração Central por um maior alargamento dos serviços do Gabinete do Cidadão, aproximando-os dos serviços existentes nos Gabinetes do Cidadão, em estreita articulação com os vários sectores da Administração Central.
TPN: Como é que o PS em Lagos reagiu aos resultados das eleições legislativas? Especificamente, os resultados no concelho?
HP: Em democracia, as várias forças políticas apresentam-se às urnas com propostas que são avaliadas pela população. Nas eleições legislativas, como em todas as eleições, o povo é soberano e escolheu outra força política para governar o país. Temos de aceitar esse facto. Olhando para os resultados no município, as eleições legislativas não julgam o trabalho dos presidentes de câmara em exercício. São eleições diferentes. Nas eleições autárquicas, os candidatos estão próximos das populações e conhecem bem o território. E aqui, refiro-me especificamente aos candidatos do PS e aos projectos que temos para o concelho e para as suas freguesias, que, muitas vezes, pela sua dimensão, exigem prazos mais alargados para a sua concretização. De facto, não apresentamos à nossa população projetos irrealizáveis e modelos criados com recurso a inteligência artificial, nem recorremos a estratégias populistas baseadas na desinformação e nas fake news. Tudo isso são estratégias tóxicas e manipuladoras que revelam uma tremenda falta de integridade democrática e política.
TPN: Qual é a estratégia da autarquia para inverter os resultados das eleições autárquicas?
HP: Como referi na pergunta anterior, as eleições autárquicas são diferentes das eleições legislativas, e em 2021, a comunidade de Lagos confiou inequivocamente nos candidatos do PS para governar o concelho. Como sempre, a melhor estratégia é trabalhar para as pessoas, prosseguir o interesse público e fazer muito pelo nosso território e por todos os que aqui vivem.
TPN: Na sua opinião, o que é que levou a população de Lagos a votar mais à direita?
HP: Volto a referir que as eleições autárquicas são diferentes das eleições legislativas: nas primeiras, avaliam-se os governos locais; nas segundas, avaliam-se os governos centrais. Mas, sem dúvida, nos últimos trinta ou quarenta anos, o Governo Central e os sucessivos governos não conseguiram resolver alguns dos problemas estruturais do país, questões que pouco ou nada dependem das autarquias locais. Por exemplo, a habitação, seja ela para a classe média ou de cariz social, é uma questão que hoje afecta grande parte do mundo ocidental; a justiça, com a sua lentidão e complexidade processual; a estrutura legislativa do país, demasiado complexa e muitas vezes contraditória entre si; a burocracia, com a inércia que gera e dificulta a relação dos particulares e das empresas com o Estado, entre outras. Estas são algumas das questões que têm vindo a ser adiadas.
TPN: Que apelo faria aos cidadãos estrangeiros para que votem nas eleições de 12 de outubro?
HP: Digo-lhes o seguinte: as comunidades estrangeiras que residem em Lagos são constituídas por pessoas que amam esta terra.
Nestas eleições autárquicas, que vão definir o futuro do concelho para os próximos quatro anos, a participação cívica dos cidadãos estrangeiros é fundamental. Trata-se de uma oportunidade para exprimirem as suas opiniões, contribuírem para as decisões locais e ajudarem a construir um concelho mais justo, sustentável e inclusivo.
O PS, que me orgulho de representar em Lagos, faz parte da família da Social Democracia Europeia, defendendo a democracia, o Estado de Direito e o respeito pelos valores humanistas. Reconhecendo a importância das comunidades estrangeiras para a vitalidade económica, social e cultural do nosso concelho, o PS apresenta um programa que valoriza a diversidade cultural e étnica como uma das nossas maiores riquezas, impulsionando o desenvolvimento e a inovação.
Acreditamos em Lagos para todos! Defendemos um concelho onde ninguém é deixado para trás e onde a participação cívica é incentivada e reconhecida, independentemente da nacionalidade ou da língua.
TPN: Finalmente, se tiver mais alguma coisa a acrescentar, por favor use este espaço.
HP: Contamos com o apoio de toda a comunidade expatriada para construirmos juntos o futuro, porque "Lagos somos todos nós!"