O preço final de 3,466 milhões de libras (3,979 milhões de euros) foi superior aos três milhões de libras (3,5 milhões de euros) pagos em 2023 por outro díptico da mesma série, "Dancing Ostriches" (1995), também num evento organizado pela casa de leilões britânica Christie's.

A licitação de quarta-feira ficou dentro da estimativa de entre três e cinco milhões de libras (3,5 milhões de euros e 5,8 milhões de euros) estabelecida antes do leilão.


De acordo com um comunicado da casa de leilões, no evento dedicado a obras de artistas dos séculos XX e XXI, foram estabelecidos novos recordes com obras de Suzanne Valadon (1,166 milhões de euros), Annie Morris (554 000 euros) e Esben Weile Kjær (29 000 euros).

No entanto, a estrela do leilão foi o quadro "Ski Jacket" (1994) de Peter Doig, vendido por 16,382 milhões de euros. Do mesmo artista, "Country Rock" (1998-1999) foi vendido por 10,573 milhões de euros.

O catálogo do leilão incluía também obras de artistas como Lucian Freud, Picasso, René Magritte, Egon Schiele, Louise Bourgeois, Marc Chagall, Claude Monet, Jean-Michel Basquiat, Damien Hirst e Gerhard Richter.

O montante total arrecadado, 122,750 milhões de euros, foi o mais elevado desde 2018 em leilões realizados para coincidir com a feira de arte Frieze em Londres, que atrai colecionadores de todo o mundo para a capital britânica.

"Dancing Ostriches from Walt Disney's 'Fantasia'", um conjunto de três painéis, faz parte de uma série e ciclo temático de pinturas inspiradas no filme "Fantasia" da Disney, criado para a exposição "Spellbound: Art and Film", em 1996.

Ao longo das últimas três décadas, tem sido exposto com frequência, nomeadamente na Tate Liverpool (1997), no Reino Unido, no Musée Nationale Reina Sofia (2007-08), em Madrid, Espanha, no Musée de l'Orangerie, em Paris, França (2018-19), e na Kestner Gesellschaft, em Hanôver, Alemanha (2022-23).

Em Portugal, foi exposta no Centro Cultural de Belém e na Casa das Histórias Paula Rego.

Foi, no entanto, solicitado o empréstimo da obra ao Museu Munch, em Oslo, Noruega, para uma exposição em 2026.

Nascida em Lisboa, Paula Rego viajou para a capital britânica aos 17 anos para estudar na Slade School of Fine Art, onde viria a fixar residência e a ficar conhecida pela singularidade da sua obra, inspirada na literatura e marcada, ao longo das décadas, pela defesa dos direitos das mulheres.

Paula Rego faleceu a 8 de junho de 2022, deixando um corpo de trabalho representado em várias das mais importantes colecções públicas e privadas de todo o mundo.