Pode ser um antigo lagar de azeite, uma igreja surpreendentemente ornamentada, tendo em conta a dimensão da aldeia, ou, como é o caso de Nisa, com apenas 8.000 habitantes, um belo museu de rendas.
Recentemente, redescobri esta verdade em Bragança. Já tínhamos passado por esta cidade transmontana uma mão cheia de vezes ao longo dos anos, mas nunca tínhamos visitado nada para além do lendário castelo com o seu soberbo museu militar.
Não sabíamos bem por onde começar, por isso usámos a proximidade do castelo como orientação. Outra foi o horário de funcionamento, pois temos o hábito de chegar quando as portas de um estabelecimento estão a fechar para o almoço.
Experimentar a cultura
Perto do castelo, encontrámos o Museu Ibérico da Máscara e do Traje. Vários grupos de estudantes também estavam a visitar, mas ainda assim foi fácil ver todas as peças expostas nos dois andares do museu. Encontrámos máscaras e vestuário típicos das Festas dos Rapazes, festivais de inverno de Trás-os-Montes, também celebrados na vizinha província de Zamora, em Espanha, e do Carnaval. Com estilos que vão do simplesmente folclórico ao francamente assustador, fiquei feliz por poder descansar um pouco no parque verde e sombrio em frente ao museu.
Créditos: Imagem fornecida; Autor: Tricia Pimental;
Comunidade judaica
Algumas cidades portuguesas que visitámos - Castelode Vide e Belmonte, por exemplo - há muito que albergam uma comunidade judaica. Aqui, no Centro de Interpretação da Cultura Sefardita, no Nordeste Transmontano, as exposições sobre a experiência judaica são convincentes, particularmente a exposição sobre a Inquisição, no último andar.
Dica: É fácil não ver a entrada do Centro. Fica mesmo ao lado do Posto de Turismo, na R. Abílio Beça nº 103. 103. Aí, ficámos a saber que, infelizmente, o Abade de Baçal estava fechado até outubro para obras. O antigo palácio episcopal do século XVIII tornou-se um museu em 1915, com colecções de peças arqueológicas e numismáticas, pinturas, esculturas e muito mais. Fica para a próxima.
Nessa próxima visita, tenho a certeza de que passaremos por pelo menos dois outros locais de destaque: o Centro de Fotografia Georges Dussaud, para ver as suas 200 fotografias a preto e branco centradas na cultura transmontana; e o Solar dos Teixeiras/Fundação/Os Nossos Livros. A Biblioteca Dr. Aguedo de Oliveira possui um dos mais valiosos acervos do Norte de Portugal, centrado nas principais áreas do Direito, Economia, Finanças, Política e História. Tanta cultura, tão pouco tempo.
Óptima gastronomia
Claro que a gastronomia é uma parte importante da cultura, e os portugueses gostam muito de javali. Tínhamos reparado num restaurante, a Taberna do Javali, mesmo ao pé do castelo, com as mesas do pátio cheias de gente à hora do almoço. Mas como nenhum de nós come esta especialidade, procurámos noutro sítio para fazer uma reserva para jantar e encontrámos uma joia no Solar Bragançana, situado no coração da cidade, na Praça da Sé, 34.
Créditos: Imagem fornecida; Autor: Tricia Pimental;
Chegámos e foi-nos dada a opção de nos sentarmos no interior do solar do século XVIII ou no pátio do jardim à luz das velas. Rapidamente percebemos por que razão era essencial fazer reserva neste aclamado restaurante, uma vez que as mesas se encheram por dentro e por fora durante a nossa refeição: perdiz para a minha mulher e uma soberba omeleta de tomate e queijo com batatas assadas e salada verde fresca para mim. Jantar para dois com vinho: 42 euros.
Entusiastas da vida selvagem
Não só há lugares na cidade para ver, mas os entusiastas da vida selvagem vão gostar da oportunidade de ver veados, javalis, o lobo ibérico e 150 espécies de aves no Parque Natural de Montesinho, a apenas trinta minutos de carro da cidade.
Sempre um ótimo momento
Não creio que haja uma altura do ano errada para vir aqui. agosto é o mês mais movimentado, quando se realiza a Festa de Bragança, com comes e bebes, artesanato e animação durante cinco dias. dezembro e janeiro são as duas épocas mais populares para visitar a cidade, pelo que penso que muitos não se preocupam com o frio que se faz sentir nessa altura. Poderá querer fazer uma viagem na época baixa, em outubro, ou talvez até um pouco mais tarde, para celebrar a colheita da castanha com um copo de água-pé no dia de S. Martinho, 11 de novembro.
Tínhamos reservado um quarto de hotel na cidade para apenas uma noite, pois planeávamos visitar diferentes cidades da região e não queríamos ficar presos à mesma base. Mas acabámos por ficar cinco noites no Hotel Exe São Lázaro. A sua localização era ideal para irmos de carro para todo o lado que quiséssemos e ainda voltarmos à noite. E oferecia muito: funcionários simpáticos e profissionais; um quarto brilhante, limpo e espaçoso; um sumptuoso buffet de pequeno-almoço gratuito; restaurante; piscina; centro de fitness; serviços de spa; e uma mesa de bilhar no átrio. Não utilizámos o campo de ténis e o campo de minigolfe deixou algo a desejar, embora tenha sido bom para algumas gargalhadas. Na verdade, por 65 euros por noite, estávamos a sorrir muito.