De acordo com a síntese de execução orçamental, a cobrança do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis(IMT) atingiu 1,43 mil milhões de euros de janeiro a agosto.
A receita acumulada cresceu 28,8% em relação ao mesmo período do ano passado (face a 1,11 mil milhões de euros), e este movimento explica parte do aumento da receita nos primeiros oito meses do ano.
Em síntese, o OE (a nova designação da Direção-Geral do Orçamento) detalha que "o aumento da receita fiscal (9,1%) deveu-se essencialmente à execução do IRS (16,6%) e do IVA (9%) e, em menor grau, do IMT (28,8%) e do ISP (13,4%), atenuado pela diminuição do IRC (-8%)".
A melhoria da receita do IMT, segundo este serviço do Ministério das Finanças, é um "reflexo da dinâmica do mercado imobiliário nacional, que registou um aumento das transacções de imóveis e do seu valor".
De julho para agosto, o aumento da receita ultrapassou os 200 milhões de euros (200,77 milhões de euros), marcando o segundo mês em 2025 em que o aumento mensal atingiu esta magnitude (de maio para junho, o crescimento foi de 231 milhões de euros).
Contradição
A tendência registada até agosto deste ano contraria a cobrança acumulada de impostos observada nos últimos dois anos.
Em 2024, a receita caiu 2,9% de janeiro a agosto, e em 2023, caiu 1,3%. No entanto, em 2022, o valor acumulado nos primeiros oito meses do ano foi positivo, com a receita a crescer 38,3%. Essa tendência se repetiu agora, mas em ritmo mais lento, de 28,8%.
O Detran (Departamento de Veículos Automotores) foi responsável por mais da metade da arrecadação municipal até agosto. No total, a autarquia recebeu 2.723,6 milhões de euros provenientes da parcela da arrecadação dos impostos que, nos termos da lei, constituem sua receita (como o IMT (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Importantes), o IMI (Imposto sobre a Transmissão de Veículos Importantes), o Imposto Único de Circulação e o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica municipal). Com o crescimento da receita do ITBI, este imposto passou a representar 52,5% do total da receita arrecadada até agosto.
Na reunião do Conselho de Ministros da semana passada, que aprovou um pacote de medidas para a habitação, uma das medidas que o Executivo pretende propor ao Parlamento é o aumento do IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis) na compra de casa por "cidadãos não residentes em Portugal, excluindo emigrantes", segundo o comunicado de 25 de setembro.
A receita do Detran pertence aos municípios onde se situam os imóveis. Em regra, o imposto incide sobre o preço de venda constante do contrato ou, se o valor for superior, sobre o valor de mercado do imóvel.
Para os imóveis destinados exclusivamente a habitação permanente, as taxas de IMT são progressivas, variando em função do valor de aquisição (até 7,5% para os valores mais elevados, acima de 1.128,28 euros).
Para os "outros prédios urbanos", o Código do IMT prevê uma taxa fixa de 6,5%, e para os prédios rústicos, uma taxa de 5%.