"Estou muito feliz, o objetivo era ganhar a corrida. Infelizmente, não ganhei nenhuma etapa, mas estive sempre na frente. Estou muito contente com a vitória, podemos estar orgulhosos do desempenho [da equipa]", disse, pouco depois de subir ao pódio.

Almeida completou os 17,1 quilómetros de Genebra em 20.45 minutos, perdendo apenas para o belga Remco Evenepoel (Soudal QuickStep), campeão olímpico da especialidade, que foi o vencedor em 20.33.

Em terceiro lugar, a 18 segundos, ficou o italiano Alberto Bettiol (Astana), fora da corrida na classificação geral, onde o português terminou com 26 segundos de vantagem sobre o francês Lenny Martinez (Bahrain-Victorious) e 41 sobre o australiano Jay Vine, seu colega de equipa.

Almeida tornou-se o claro favorito no 'contrarrelógio', depois de uma semana em que não conseguiu vencer nenhuma etapa, mas conseguiu subir posições na classificação geral sempre que o caminho se tornava mais duro, garantindo praticamente o triunfo com o segundo lugar no sábado, na dura subida ao Thyon 2000.

"Foi o dia certo. Para ser honesto, lutei um pouco durante toda a semana, não me senti a 100%. Mas dei o meu melhor e não desisti. Por vezes é tudo uma questão de mentalidade. Estava muito confiante no meu contrarrelógio, sabia que ter boas pernas me daria vantagem", disse.

"Importante"

Ganhar esta corrida "é muito importante", admitiu, e selou um feito que, nos últimos anos, só esteve ao alcance dos três 'tubarões' do ciclismo mundial, o seu colega de equipa Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard e Primoz Roglic, que é vencer duas etapas consecutivas do WorldTour.

"Dei sempre o meu melhor, mas por vezes não tenho tanta sorte, outras vezes outro ciclista é mais forte. Já fui segundo muitas vezes, mas [este ano] tive sorte e saúde", disse.

Depois de problemas de saúde lhe terem retirado várias oportunidades, como o Giro d'Italia em que a Covid-19 o afastou do pódio este ano, e empurrado pela "enorme comunidade portuguesa" na Suíça, festejou uma nova vitória, antes das férias e regressando, para o Giro d'Italia, a caminho do Tour.

Depois de vencer a Volta ao País Basco, em abril, o ciclista português de 26 anos, natural de A-dos-Francos (Caldas da Rainha), conquistou a segunda corrida WorldTour consecutiva, numa época de 2025 em que venceu duas etapas na prova basca e, antes disso, uma das etapas do Paris-Nice.

Este triunfo, o 18.º da sua carreira profissional, junta-se à 'Itzulia' deste ano e à Volta ao Luxemburgo e à Volta à Polónia, ambas em 2021, como vitórias em provas por etapas - para João Almeida, segue-se à Volta à Suíça, em junho, na qual foi segundo em 2024, antes da Volta a França.

Estas duas vitórias consecutivas deixam-no também como campeão de duas das sete principais provas por etapas do calendário mundial de ciclismo, que incluem, além das Voltas a França, Itália e Espanha, também o Paris-Nice, o Tirreno-Adriatico, a Volta à Catalunha, o Criterion du Dauphiné e a Volta à Suíça, sendo esta última o próximo objetivo do ciclista português.

É a melhor fase da carreira do jovem que se mostrou ao mundo ao liderar o Giro d'Italia durante 15 dias em 2020, que venceu a Volta à Polónia e a Volta ao Luxemburgo em 2021, que não tinha fama de ciclista de ataque e que este ano mostrou outra faceta, para juntar triunfos a uma etapa no Giro d'Italia de 2023 e dois na Volta à Suíça do ano passado.

Este ano, o terceiro classificado no Giro2023 já tinha sido segundo na geral na Volta ao Algarve, atrás do bicampeão do Tour (2022 e 2023) Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), e na Volta à Comunitat Valenciana.