"Considerando o último ponto de situação deste projeto, a chegada da primeira unidade a Portugal está prevista para o final deste ano. A conclusão dos testes de homologação e a entrega dos primeiros vagões à CP ocorrerá durante o segundo semestre de 2026", lê-se numa resposta da CP a questões da Lusa.

Em causa está a encomenda de 22 novas automotoras à Stadler, 12 das quais dual-mode (com tração eléctrica e diesel), feita em 2020 por 158 milhões de euros, destinadas sobretudo ao serviço regional nas linhas do Oeste e Alentejo.

Em abril, fonte oficial da CP disse ao jornal Público que, "face a várias contingências", o construtor antecipou que já não era possível "cumprir o prazo de entrega", que previa a chegada da primeira automotora a partir de outubro deste ano e, a partir daí, duas automotoras por mês.

Na altura, a CP já tinha pedido à Stadler que apresentasse "propostas para mitigar este atraso", tendo a empresa se comprometido a apresentar "um novo calendário de entrega das automotoras, que será analisado e avaliado".

O potencial atraso levou mesmo a Câmara Municipal de Beja a enviar uma carta à CP sobre a questão que envolve as automotoras que vão servir a região, com o presidente da autarquia, Paulo Arsénio (PS), a manifestar "grande preocupação".

O contrato assinado em outubro de 2020 para a aquisição de 22 automotoras Flirt "inclui o fornecimento de doze automotoras bimodais e dez automotoras elétricas e respetivas peças, bem como a prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva por um período mínimo de três anos, acompanhada de serviços de formação".

Na altura, a CP garantiu que "este reforço do material circulante vai aumentar a capacidade de resposta da CP às necessidades de mobilidade das populações, nomeadamente nos serviços regionais, assegurando a transição para a eletrificação integral da infraestrutura ferroviária".