Mas quantas casas existem no mercado nacional com rendas moderadas? Dados do idealista revelam que oito em cada 10 casas para arrendar no verão de 2025 têm rendas entre os 400 e os 2.300 euros, cobrindo a maior parte da oferta existente em grandes cidades como Lisboa e Porto.
Este novo conceito de renda moderada tem gerado bastante controvérsia no sector imobiliário, que critica, sobretudo, o limite superior por estar desfasado da realidade da maioria dos portugueses e poder até incentivar o aumento dos preços. No entanto, o Governo tem argumentado que o limite máximo de 2.300 euros para as rendas moderadas serve precisamente para garantir a cobertura dos benefícios fiscais a nível nacional, incluindo as zonas com maior pressão no preço da habitação, como Lisboa e Porto.
Segundo o idealista/news, durante o terceiro trimestre de 2025, estavam registadas mais de 43 mil casas no mercado de arrendamento português, distribuídas por 79 municípios com amostras representativas (ou seja, 50 ou mais imóveis). E a grande maioria destas casas (81% do total) está no mercado com rendas moderadas entre os 400 e os 2.300 euros. A maior oferta regista-se em Lisboa, Porto, Cascais, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
Verifica-se que praticamente todos os concelhos analisados têm mais de metade das casas para arrendar dentro do intervalo de preços moderados - e elegíveis para benefícios fiscais para os proprietários. É o caso da capital (73% do inventário do concelho), do concelho do Porto (91%) e de Gaia (89%). A Figueira da Foz destaca-se, pois todos os 233 fogos no mercado de arrendamento são de renda moderada.
A única exceção é Cascais. Neste concelho localizado na Grande Lisboa, a oferta de casas no mercado de arrendamento premium (53%) supera a oferta de imóveis com rendimentos moderados (47%), como mostram os mesmos dados do idealista/data. Por outro lado, não foi encontrada neste concelho uma única habitação com preço inferior a 400 euros.