A companhia aérea islandesa de baixo custo PLAY Airlines anunciou a sua falência na segunda-feira, 29 de setembro, na sequência de um desempenho inferior ao esperado desde a pandemia, motivado por baixas vendas e mudanças internas na empresa. Em Reiquiavique, capital da Islândia, vários portugueses ficaram retidos entre os milhares de passageiros sem voos, segundo o DN, e cerca de 500 funcionários da companhia aérea perderam o emprego.
Em comunicado, a companhia recomenda que os passageiros procurem voos noutras companhias aéreas, "que poderão oferecer 'tarifas de resgate' especiais, tendo em conta as circunstâncias". No entanto, a Icelandair, a sua principal concorrente, salienta que não está atualmente a oferecer preços especiais para estes passageiros, estando, no entanto, "a trabalhar ativamente para aumentar a disponibilidade das rotas anteriormente operadas pela PLAY".
Os reembolsos devem ser apresentados ao banco, se o pagamento tiver sido feito com cartão de crédito, ou à agência de viagens, se os bilhetes tiverem sido comprados nessa agência ou fizerem parte de um pacote (voo + alojamento ou serviços), segundo notícia do Expresso.
A companhia aérea era a única a operar voos entre a capital islandesa e os aeroportos do Porto, Faro e Funchal, pelo que, atualmente, só é possível viajar para a Islândia a partir de Lisboa.
Esta é a segunda vez que este fenómeno ocorre na Islândia em seis anos. A PLAY Airlines começou a operar em 2021, fundada por dois gestores da Wow Air, uma transportadora low-cost islandesa que, em 2019, também foi obrigada a cessar voos depois de enfrentar problemas económicos. A Icelandair, atualmente a única companhia aérea a operar voos entre Portugal e a Islândia, também ponderou a compra da Wow Air em 2019, mas acabou por desistir.
"A PLAY tentou replicar a Wow Air ligando cidades secundárias da Europa aos Estados Unidos, mas o mercado é limitado e de baixo rendimento", explicou o analista de aviação Sean Moulton ao The Independent. "Apesar de terem tentado mudar de estratégia, concentrando-se em rotas ponto-a-ponto para destinos de lazer, a população islandesa é pequena e qualquer companhia aérea teria dificuldade em lidar com isso sozinha".